Recentemente, o Diretor Geral da Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV), Pau Rocca, anunciou um panorama da vitivinicultura mundial da safra 2021.
Além de sermos apreciadores natos de vinhos, é importante acompanharmos as atualidades e o movimento do setor, por isso resolvemos compartilhar um breve resumo com vocês.
Apesar de no Brasil o comércio e consumo de vinhos ter apresentado um efeito boom em 2020, muito impulsionado pela pandemia, nos demais países vitivinícolas este comportamento diferiu, com registros de menor consumo, produção e comercialização de vinhos e derivados. Entretanto, conforme os dados apresentados recentemente, o ano de 2021 marcou uma recuperação parcial do consumo global após a crise sanitária de 2020 e um impulso do comércio internacional, que teve um recorde acima do esperado em volume e valor. De qualquer forma, o cenário de 2022 ainda é incerto por diversos motivos, como a crise da cadeia de suprimentos, a guerra na Ucrânia, variantes de COVID-19 e o aumento dos preços da energia, entre outros.
A produção mundial de vinhos em 2021 foi estimada em 260 milhões de hectolitros, com um decréscimo em torno de 1% em relação à 2020. As exportações globais de vinhos apresentaram um aumento de 4% em relação a 2020. A Espanha foi o país que mais exportou em volume, representando 21% do mercado global. Os maiores contribuintes para este crescimento do comércio mundial foram a Espanha, a Itália, a África do Sul e a França. Entre os principais países exportadores, apenas a Austrália, a Argentina e os Estados Unidos registraram reduções em relação aos volumes de exportação comparados ao ano de 2020.
O vinho engarrafado (em embalagens menores que 2 litros) representou cerca de 53% do volume de comércio global, comportamento similar ao observado nos últimos 10 anos. Essa categoria aumentou 6% em volume e 13% em valor face a 2020. Entre os principais países exportadores, a quota das exportações de vinho engarrafado foi superior em volume, em Portugal (80%), Alemanha (73%) e França (70%). Os vinhos engarrafados constituíram 69% do valor total dos vinhos exportados em 2021 em todo o mundo. O vinho espumante foi a segunda maior categoria mais expressiva em valor (+35%), depois do vinho tranquilo. As motivações para tal comportamento são justificadas pela reabertura dos canais HoReCa (hotéis, restaurantes, cafés) e a volta dos convívios sociais e eventos comemorativos.
Já, em relação às exportações de vinho a granel (em recipiente maiores que 10 litros), em 2021 aumentaram 5% em volume face a 2020, mas registaram uma diminuição no valor das exportações. Entre os principais exportadores, encontra-se o Canadá (99%), a Espanha (56%) e a Austrália (55%). Embora o vinho a granel represente 33% do volume total das exportações mundiais de vinho, ele compreende apenas 7% do valor total das exportações de vinho.
Em 2021, novamente, o comércio internacional de vinhos foi dominado por três países da União Europeia, a Espanha, a Itália e a França, que juntos exportaram 54% do volume total mundial de exportação de vinho.
Já, em relação às importações, a Alemanha, os Estados Unidos e o Reino Unido conquistaram as três primeiras posições em termos de volumes de vinho importado. Juntos correspondendo a 38% do total mundial, equivalendo a 13,1 bilhões de euros.
Para mais informações, acessem o link a seguir: https://www.oiv.int/js/lib/pdfjs/web/viewer.html?file=/public/medias/8778/eng-state-of-the-world-vine-and-wine-sector-april-2022-v6.pdf
Saúde!