Primeira D.O. brasileira para espumantes!

29 de novembro - 2022

Primeira D.O. brasileira para espumantes!

Foi uma década de trabalho constante, maturação e espera. Safras se passaram. Mas, agora é oficial - Altos de Pinto Bandeira obtém a 1ª Denominação de Origem (DO) exclusiva de espumantes do Novo Mundo! 

Cientes de seu terroir privilegiado, propício para a elaboração de espumantes naturais de alta qualidade, o encaminhamento foi submetido pela Associação dos Produtores de Vinho de Pinto Bandeira (Asprovinho), ainda em 2012.

A oficialização do  reconhecimento da DO Altos de Pinto Bandeira para o espumante natural da região se deu através do anúncio na Revista da Propriedade Industrial (RPI) nº 2.708, de 29 de novembro de 2022. São 65 km² de área delimitada, englobando os municípios de Pinto Bandeira (76,6%), Farroupilha (19%) e Bento Gonçalves (4,4%), no Rio Grande do Sul. 

A altitude média da área da DO é de 632 m, de relevo ondulado a montanhoso. De temperaturas amenas, a região delimitada tem exposição solar favorecida pela localização na margem esquerda do Vale do Rio das Antas, contando com boa circulação de ar devido à localização no alto de um dos patamares do planalto basáltico da Serra Gaúcha. Como complemento às características do local, a interação com fatores humanos é expressiva e diferenciada, resultante do saber fazer agrícola e vitícola dos produtores locais.

As variedades de uvas utilizadas no espumante são Chardonnay, Pinot Noir e Riesling Itálico, respaldadas por características imprescindíveis para a elaboração do "vinho base", destinado ao espumante natural, que requer um menor teor alcoólico e uma acidez mais acentuada que a dos "vinhos tranquilos", garantindo o frescor crucial. Além disso, lá se garante a maturação moderada das uvas, com composição equilibrada entre acidez e açúcar, bem como de precursores aromáticos. O resultado é de altíssima qualidade, gerando características sensoriais singulares, típicas desse meio geográfico.

As Principais regras para o uso da DO Altos de Pinto Bandeira, resumidamente, evolvem:

  • Castas autorizadas: Chardonnay, Pinot Noir e Riesling Itálico;
  • As uvas devem ser cultivadas 100% na área geográfica delimitada da DO Altos de Pinto Bandeira;
  • Condução em espaldeira;
  • Limite máximo de produtividade por hectare de 12 t/há;
  • Colheita Manual;
  • Padrão mínimo de maturação;
  • Os espumantes somente podem ser elaborados pelo Método Tradicional com tempo superior a 12 meses de guarda. 
  • Quanto ao açúcar residual estão autorizadas as classificações: Nature, Extra-Brut, Brut, Sec e Demi-Sec.
  • É permitido o uso de barricas de carvalho, tanto na primeira fermentação quanto no vinho base para espumante (a segunda fermentação deve ocorrer na garrafa);
  • Os vinhos base para espumante devem ter no máximo cinco anos;
  • É permitido o uso de diferentes safras de vinhos base para espumante nos cortes. Porém, o vinho base de Riesling Itálico terá um percentual máximo de 25%;
  • Os produtos podem ser envasados em garrafas de vidro de  375mL, 750mL, 1500mL e 3000mL;
  • Os espumantes devem ser aprovados em avaliação sensorial realizada pela Comissão de Degustação, gerida pelo Conselho Regulador da DO;
  • Podem ser safrados, devendo conter no mínimo 85% de vinho base da safra mencionada;
  • O rótulo principal deverá conter a identificação do nome geográfico da DO, seguido da expressão Denominação de Origem. A rotulagem também deverá incluir o Selo de Controle numerado, especificando o número do lote e da respectiva garrafa do lote.

 

O que acontece agora? Toda garrafa de espumante natural que nasce nesta região delimitada e exibe o Selo da DO tem como propriedade a garantia da procedência e qualidade das uvas, assim como de cada etapa que decorre desde o vinhedo à taça. 

Motivo de orgulho para o setor vitivinícola nacional, sendo a segunda DO de vinhos do Brasil! Um brinde à persistência de todos os envolvidos, unidos por um único propósito!

Créditos da imagem principal: Vinícola Aurora - Divulgação

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Vitivinicultura x Mudanças Climáticas

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Você já pensou nas consequências que as mudanças climáticas estão trazendo para a vitivinicultura ao redor do mundo?Se você é um amante do vinho, prepare-se para um panorama que vai te surpreender!Até pouco tempo atrás, ninguém imaginava que estudar mudanças climáticas seria essencial para o universo do vinho. Mas, cá estamos! O clima está mudando e precisamos agir, seja prevenindo, seja mitigando os impactos. Secas, chuvas intensas, geadas tardias e até inundações têm sido cada vez mais frequentes, algo que não víamos há algumas décadas.De acordo com o último relatório do IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas), a temperatura média da superfície da Terra pode subir até 4°C nos próximos 80 anos, se nada for feito para conter as mudanças climáticas. Para você ter uma ideia, entre 1900 e 2020, a temperatura aumentou "apenas" 1,1°C. Ou seja, estamos falando de um aumento quatro vezes maior em menos tempo. Assustador, né?E quanto ao vinho, o impacto já é evidente: maior concentração de açúcares nas uvas, regiões já quentes ficando ainda mais quentes, uvas sobremaduras, vinhos com maior teor alcoólico, pH elevado e mais suscetíveis a contaminações. Por outro lado, regiões mais frias, que antes não eram ideais para o cultivo de uvas, agora estão se destacando, como o Sul da Inglaterra, famoso por seus espumantes.Os próximos anos vão exigir bastante estudo e inovação: castas mais resistentes à seca, porta-enxertos alternativos, novas regiões de cultivo, reutilização de água tratada e práticas sustentáveis em todas as etapas, da vinha até a garrafa.A Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV) está ligada nesse movimento e criou, em 2021, um grupo de trabalho sobre Desenvolvimento Sustentável e Mudanças Climáticas para estudar a fundo o tema. Aqui estão algumas das recomendações que vêm sendo desenvolvidas:  Estratégias de adaptação do setor vitivinícola às mudanças climáticas - Resiliência;Definição e recomendações da OIV para Agroecologia no setor vitivinícola;Viticultura de montanha e encostas íngremes;Conservação da natureza e da biodiversidade no setor vitivinícola;Importância da biodiversidade microbiana no contexto de viticultura sustentável;Sustentabilidade e ecodesign na adega;Revisão de metodologias para cálculo da pegada hídrica em vinhas;Recomendações metodológicas para contabilização do balanço de gases de efeito estufa no setor vitivinícola;Viticultura em zonas áridas;Práticas biodinâmicas: identificação e aplicação na viticultura. É um trabalho enorme, e exige que a gente coloque em prática o máximo de medidas possíveis para reduzir o impacto global!Deixo uma frase para reflexão, de um grande especialista no tema:“A evidência científica é inequívoca: as mudanças climáticas são uma ameaça ao bem estar do ser humano e à saúde do planeta. Qualquer atraso em uma ação climática conjunta provocará uma perda na breve e rápida janela aberta para garantir um futuro habitável.” Hans-Otto PörtnerFernanda SpinelliSommelier Internacional FISARWSET 3 em VinhosDelegada Científica Brasileira na OIVFoto: Javier Allegue Barros | Unsplash
Vinho da China?! Sim!

Vinho da China?! Sim!

A China não fica para trás quando se fala em produção. É claro que pensando em vinhos, já dominam também a arte.Atualmente, é um importante país produtor de vinhos tintos, principalmente das castas Cabernet Sauvignon, Merlot e Carmenère, deixando um pequeno espaço para a produção de vinhos brancos e rosados. Além das variedades internacionais, a China tem as suas próprias espécies autóctones, como a V. amurensis, resistente ao frio.Entretanto, a maior parte da viticultura da China é dedicada às uvas de mesa (frescas ou passas), que geram retornos mais atrativos aos produtores do que as uvas para vinhos finos.Apesar da expansão na década de 1980, a produção de vinhos na China também vive racionalização na era das medidas “anti-extravagância” do Presidente Xi Jingping. A influência política por lá é bastante forte, todos sabemos.Quanto ao clima, devido a ampla extensão país, entre as regiões vinícolas de Heilongjiang, no nordeste, e Yunnan, no sul, as regiões podem ter climas muito diferentes. Quase todas as regiões vitivinícolas da China apresentam clima continental marcado com invernos frios e áridos.  Um fato curioso é que a maior parte das vinhas devem ser enterradas para sobreviver às baixas temperaturas do inverno, assim como às condições muito áridas. As fortes chuvas de verão também afetam a maioria das regiões vinícolas chinesas, embora em algumas regiões a precipitação total seja pequena.Entre as regiões destacam-se: Heilongjiang, Jilin, Beijing, Hebei, Shandong, Shanxi, Shaanxi, Ningxia, Xinjiang, Gansu e Yunnan. Quando pensamos em vinificação, o modelo seguido normalmente é o estilo bordalês francês, tendo tido uma boa evolução de qualidade na última década.Certamente muitos que lerão este texto nunca provaram um vinho chinês. Quem sabe eventualmente surja esta oportunidade?!Créditos imagem: Unsplash - Jennifer Chen
Vamos falar sobre variedades francesas?

Vamos falar sobre variedades francesas?

Famosas, versáteis e amplamente conhecidas, as variedades francesas fazem sucesso nos mais variados países.Na França estão fortemente associadas às suas regiões vinícolas individuais, sendo as dez principais: Tintas:Merlot: de brotação precoce e maturação média, atinge níveis mais elevados de açúcar e, portanto, mais elevados de maior potencial alcoólico. Sua baga tem maior volume que a Cabernet Sauvignon. Apresenta, em geral, uma intensidade média a pronunciada de carga frutada (morango e ameixa vermelha com sabores herbáceos em clima frio; amora cozida, ameixa-preta em clima quente), taninos médios e álcool médio a alto.Grenache Noir: de maturação tardia, precisa de clima quente para sua maturação plena. As uvas podem acumular rapidamente níveis elevados de açúcar, o que pode ser um problema em vinhos secos. Seus vinhos apresentam, em geral, coloração rubi pálida, aromas de frutas vermelhas maduras, como morango, ameixa, cereja, notas de especiarias e ervas, alto teor alcoólico, taninos baixos a médios e baixa acidez.Syrah: de brotação tardia e maturação média, seus vinhos normalmente apresentam cor rubi profunda, aromas e sabores de intensidade média a pronunciada, com destaque para violeta, ameixa (vermelha em anos e locais mais frios, preta em anos e locais mais quentes), amora, pimenta-preta e notas herbáceas. A acidez e os taninos variam de médio a alto. Cabernet Sauvignon: de brotação e maturação tardias, tem película grossa, com alto teor de taninos, e menor tamanho que a sua parceira de blends bordaleses, a Merlot. Apresenta aroma normalmente pronunciado de violetas, frutas pretas como groselha preta, cereja preta e mentol ou herbáceo, tem álcool médio, acidez e taninos altos.Cabernet Franc: de brotamento precoce e maturação média, deve ser colhida madura o suficiente para não ter aromas excessivamente herbáceos. Normalmente seus vinhos apresentam intensidade média a pronunciada de frutas vermelhas, como groselha, framboesa, floral de violetas, corpo leve a médio, taninos médios e acidez elevada.Carignan: de brotação e maturação tardias. Os vinhos normalmente têm cor rubi médio, com frutas como amora, acidez e taninos altos. Alguns exemplares premium apresentam também frutas negras intensas, com especiarias e notas terrosas.Pinot Noir: de brotação e maturação precoce, é uma varietal delicada, que amadurece bem em regiões frias. Seus vinhos normalmente entregam notas de morango, framboesa e cereja vermelha, se houver passagem por barricas, sabores leves derivados de carvalho (fumaça, cravo), taninos baixo a médio, álcool médio e acidez elevada. Podem desenvolver notas de terra, caça e cogumelos com o envelhecimento. Brancas:Ugni Blanc: a branca mais produzida na França, varietal utilizada na elaboração de brandy's, Cognac e Armagnac no sudoeste do país.Chardonnay: variedade versátil, de brotação e maturação precoce. Em climas frios, como na Borgonha, os vinhos têm notas maçã, pêra, limão e lima, corpo leve a médio e acidez elevada (ex. Chablis). Em climas moderados, os vinhos apresentam citrinos maduros, melão e frutas de caroço, corpo médio a médios (+), com acidez média (+) a alta (Côte d’Or).Sauvignon Blanc: de brotação tardia e maturação relativamente precoce, os vinhos elaborados a partir da Sauvignon Blanc apresentam tipicamente aromas de intensidade pronunciada de gramínea, pimentão e aspargos com sabores de groselha e toranja (áreas mais frias) até maracujá maduro (áreas mais quentes). Normalmente tem corpo e álcool médio e acidez alta. É claro que várias outras castas autóctones são encontradas no país, mais adiante desbravaremos esse mar de variedades.Saúde!Créditos Imagem: Unsplash (Al Emes).

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Two Hands Tenacity

Old Vine Shiraz 2021

Você, fã de Novo Mundo e da perfeita combinação entre tipicidade e qualidade, não pode deixar passar essa chance única! Apresentamos o Two Hands Tenacity Old Vine Shiraz 2021, um australiano que conquistou 91 pontos na Revista Adega e 90 pontos de Natalie MacLean. Uma verdadeira obra-prima para os apreciadores de vinhos excepcionais!

Two Hands, um projeto de renome criado em 1999 por Michael Twelftree e Richard Mintz, tem como missão fugir dos vinhos genéricos e trazer o melhor do Shiraz australiano. Cada rótulo reflete a essência das renomadas regiões vinícolas da Austrália, e este Tenacity é a verdadeira expressão disso.

Originado de vinhedos antigos em Barossa Valley e McLaren Vale, e com até 18 meses de estágio em barricas de carvalho, este Shiraz é puro luxo! Rico em frutas vermelhas e pretas maduras, como cerejas, amoras e ameixas, e envolto por especiarias adocicadas e picantes, como baunilha, cravo e pimenta-preta, com toques defumados que encantam a cada gole.

Com taninos polidos, acidez equilibrada e um final de boca memorável, o Tenacity é elegante e encorpado, deixando um sabor irresistível de amoras maduras, especiarias e nuances defumadas.

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Sfiria

Saria 2021

Demorou – mais do que esperávamos! – mas ele chega tal como presente do Papai Noel. Às vésperas do Natal, temos o prazer de lançar com exclusividade a nova safra do Sfiria Saria: 2021!

Depois das incríveis 2018 e 2020, o Saria chega na edição 2021 com uma maturação mais longa (24 meses em barricas), o que parece ter casado perfeitamente com a qualidade da fruta obtida neste ano.

2021 foi um pouco mais frio quando comparado a 2020 – a famosa "safra das safras" – mas, para tintos destinados à guarda, o equilíbrio entre açúcar e acidez nas uvas se mostrou notável.

No Saria isso resultou em uma entrega superlativa na taça.

O aroma combina os empireumáticos da madeira com frutas escuras maduras, trazendo ainda toques de alcaçuz, baunilha e um discreto mentolado. Na boca é volumoso, porém bastante elegante, com taninos aveludados e uma acidez perfeitamente integrada ao conjunto. Como é a marca deste tinto em todas as suas edições, mostra grande concentração de sabor e final definitivamente longo.

Pode ser guardado por muitos anos, mas já oferece muito prazer ao ser apreciado agora.

Foram produzidas apenas 600 garrafas, então recomendamos que você não perca tempo em garantir as suas.

P.S.: se você ainda não conhece o Saria, leia abaixo o texto completo que nosso time escreveu para ele.

____________

"Do reduto de grego de Saria, buscamos inspiração na exclusividade. Da França, a alma bordalesa. E do nosso amado Brasil, a expressão máxima do terroir de Pinto Bandeira. Como resultado um blend poderoso, fruto de uma das melhores safras da história da Serra Gaúcha."

É assim que a expoente Sfiria Wines apresenta o vinho mais ambicioso do seu projeto.

Saria foi desde o início concebido para ser um vinho de grande estatura. Os sommeliers que capitaneiam o projeto queriam criar um tinto com perfil verdadeiramente bordalês, e levaram quase dois anos para encontrar a matéria prima ideal para forjar seu ícone.

As uvas – Cabernet Sauvignon, Merlot e Cabernet Franc -– provêm de parcelas nobres de vinhedos em Pinto Bandeira, com excelente exposição solar. Após a colheita manual, cada varietal foi vinificado separadamente. 

Uma maceração pré-fermentativa de 48 horas foi realizada para potencializar a extração de cor, e uma pós-fermentativa mais longa visou maximizar a extração dos compostos fenólicos, necessários para o vinho suportar uma longa guarda.

Com os vinhos-base prontos, foram realizados diversos testes às cegas para determinar os percentuais de cada varietal no blend. Curiosamente, o assemblage que venceu por unanimidade era composto exatamente por um terço de cada cepa.

Definidos os percentuais, o vinho foi cortado e depositado em barricas de carvalho de segundo uso, onde amadureceu durante longos 24 meses, para então ser engarrafado sem filtração. Seguiu-se estágio de 12 meses em caves para afinamento.

Na taça? Bom... a safra 2018 nos revelou um gigante. A 2020 não apenas superou a anterior, mas o posicionou entre os melhores da vitivinicultura nacional! E a 2021? Queremos ouvir sua opinião, mas para nós, é pura consolidação. A prova inequívoca de que, de fato, este é um tinto monumental.

Em tempo: nesta safra a produção ficou limitada em apenas 600 garrafas. Corra para garantir as suas!

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