Vinho Kosher e as Tradições Judaicas

22 de setembro - 2016

Vinho Kosher e as Tradições Judaicas

Que o vinho está presente na cultura das civilizações desde tempos imemoriais, já é sabido. A forma com que os povos se relacionam com essa bebida única também difere de muitas maneiras. No judaísmo, ele assume um papel importante – e curioso para os não judeus – porque deve seguir algumas leis. Somente sob essas condições ele poderá ser chamado de Vinho Kosher.

O que são produtos Kosher

Cashrut ou Kashrut são as leis judaicas para os alimentos. Nelas, a comida e bebida recebem o termo Kosher ou Kasher, que significa que estão aptas para serem consumidas pelos judeus. A própria palavra significa “apropriada”, “adequada”, “aceitável” e  “legítima”. Para que um produto possa ser considerado Kosher, ele deve seguir os preceitos das leis judaicas e, normalmente, é identificado pelas iniciais OU (Orthodox Union), ou a letra U dentro de um círculo.

fabricação do vinho kosher

Somente os rabinos podem supervisionar, tocar e provar durante a produção de vinhos Kosher.

Exigências para que um vinho seja Kosher

Os vinhos Kosher são feitos das mesmas uvas que os demais, porém as exigências abrangem 3 pontos: 1 - Uvas e vinhedos: A tradição judaica explica que o conceito de orlah significa algo como “não circuncidado, escondido, selado”, ou seja, são frutos de árvores jovens que não podem ser consumidos até os 3 anos de idade. Portanto, essa é a primeira regra na produção dos vinhos kosher: somente as uvas provenientes de vinhedos acima dessa idade podem ser usadas. A cada 7 anos as vinhas devem ser preservadas e não pode haver colheita. A exceção é se a vinha for vendida para um novo proprietário e a contagem recomeça novamente. 2 - Ingredientes a serem utilizados: São aceitos somente produtos Kosher, ou seja, fabricados sob a supervisão de um Mashgiach – nome dado ao judeu responsável pelo cumprimento da Kashrut. Isso vale, entre outros ingredientes do vinho, para taninos industriais, ácidos, bentonita e ovos (usados na clarificação). Mesmo assim, muitos são expressamente proibidos, como o uso das leveduras selecionadas geneticamente. Apenas as nativas entram no processo. 3 - Processos da colheita, vinificação e engarrafamento; A questão fundamental é que a partir do momento que as uvas são entregues para a vinificação, a manipulação de todos os ingredientes e ferramentas só pode ser feita por judeus. Apenas eles podem tocar, experimentar e acima de tudo, comandar os processos. Mesmo depois de pronto para o engarrafamento não é permitido o contato de um não-judeu com o vinho. Após o término do engarrafamento, o vinho é selado e autenticado como um vinho Kosher e qualquer um poderá tocá-lo, porém somente será aberto e servido por um judeu. Para flexibilizar essa restrição, existe o vinho Kosher Mevushal.

Vinho Kosher versus Kosher Mevushal

O judaísmo não aprova nenhum tipo de idolatria, portanto, os pagãos antigos que ofereciam vinhos aos deuses eram vistos como impuros. Para que um judeu não beba nenhum vinho “impuro” a solução são os vinhos Kosher Mevushal – o que significa fervido em hebraico. Eles passam por um processo de pasteurização, onde são rapidamente fervidos e depois resfriados. Assim, segundo as leis judaicas, o vinho pode ser servido pelos não judeus.

Conclusão

Nosso blog, acima de qualquer outra intenção, tem o objetivo de trazer curiosidades e informações sobre o mundo do vinho. Os vinhos Kosher fazem parte de perguntas recorrentes, e claro, geram dúvidas sobre suas qualidades. Podemos afirmar que existem sim, vinhos Kosher de excelente qualidade como os da prestigiada Yarden Winery. Afinal, como já sabemos, a experimentação aliada ao senso crítico são as melhores virtudes de um bom enófilo. Equipe VinumDay • um vinho para cada dia

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Vitivinicultura x Mudanças Climáticas

Vitivinicultura x Mudanças Climáticas

Você já pensou nas consequências que as mudanças climáticas estão trazendo para a vitivinicultura ao redor do mundo?Se você é um amante do vinho, prepare-se para um panorama que vai te surpreender!Até pouco tempo atrás, ninguém imaginava que estudar mudanças climáticas seria essencial para o universo do vinho. Mas, cá estamos! O clima está mudando e precisamos agir, seja prevenindo, seja mitigando os impactos. Secas, chuvas intensas, geadas tardias e até inundações têm sido cada vez mais frequentes, algo que não víamos há algumas décadas.De acordo com o último relatório do IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas), a temperatura média da superfície da Terra pode subir até 4°C nos próximos 80 anos, se nada for feito para conter as mudanças climáticas. Para você ter uma ideia, entre 1900 e 2020, a temperatura aumentou "apenas" 1,1°C. Ou seja, estamos falando de um aumento quatro vezes maior em menos tempo. Assustador, né?E quanto ao vinho, o impacto já é evidente: maior concentração de açúcares nas uvas, regiões já quentes ficando ainda mais quentes, uvas sobremaduras, vinhos com maior teor alcoólico, pH elevado e mais suscetíveis a contaminações. Por outro lado, regiões mais frias, que antes não eram ideais para o cultivo de uvas, agora estão se destacando, como o Sul da Inglaterra, famoso por seus espumantes.Os próximos anos vão exigir bastante estudo e inovação: castas mais resistentes à seca, porta-enxertos alternativos, novas regiões de cultivo, reutilização de água tratada e práticas sustentáveis em todas as etapas, da vinha até a garrafa.A Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV) está ligada nesse movimento e criou, em 2021, um grupo de trabalho sobre Desenvolvimento Sustentável e Mudanças Climáticas para estudar a fundo o tema. Aqui estão algumas das recomendações que vêm sendo desenvolvidas:  Estratégias de adaptação do setor vitivinícola às mudanças climáticas - Resiliência;Definição e recomendações da OIV para Agroecologia no setor vitivinícola;Viticultura de montanha e encostas íngremes;Conservação da natureza e da biodiversidade no setor vitivinícola;Importância da biodiversidade microbiana no contexto de viticultura sustentável;Sustentabilidade e ecodesign na adega;Revisão de metodologias para cálculo da pegada hídrica em vinhas;Recomendações metodológicas para contabilização do balanço de gases de efeito estufa no setor vitivinícola;Viticultura em zonas áridas;Práticas biodinâmicas: identificação e aplicação na viticultura. É um trabalho enorme, e exige que a gente coloque em prática o máximo de medidas possíveis para reduzir o impacto global!Deixo uma frase para reflexão, de um grande especialista no tema:“A evidência científica é inequívoca: as mudanças climáticas são uma ameaça ao bem estar do ser humano e à saúde do planeta. Qualquer atraso em uma ação climática conjunta provocará uma perda na breve e rápida janela aberta para garantir um futuro habitável.” Hans-Otto PörtnerFernanda SpinelliSommelier Internacional FISARWSET 3 em VinhosDelegada Científica Brasileira na OIVFoto: Javier Allegue Barros | Unsplash
Vinho da China?! Sim!

Vinho da China?! Sim!

A China não fica para trás quando se fala em produção. É claro que pensando em vinhos, já dominam também a arte.Atualmente, é um importante país produtor de vinhos tintos, principalmente das castas Cabernet Sauvignon, Merlot e Carmenère, deixando um pequeno espaço para a produção de vinhos brancos e rosados. Além das variedades internacionais, a China tem as suas próprias espécies autóctones, como a V. amurensis, resistente ao frio.Entretanto, a maior parte da viticultura da China é dedicada às uvas de mesa (frescas ou passas), que geram retornos mais atrativos aos produtores do que as uvas para vinhos finos.Apesar da expansão na década de 1980, a produção de vinhos na China também vive racionalização na era das medidas “anti-extravagância” do Presidente Xi Jingping. A influência política por lá é bastante forte, todos sabemos.Quanto ao clima, devido a ampla extensão país, entre as regiões vinícolas de Heilongjiang, no nordeste, e Yunnan, no sul, as regiões podem ter climas muito diferentes. Quase todas as regiões vitivinícolas da China apresentam clima continental marcado com invernos frios e áridos.  Um fato curioso é que a maior parte das vinhas devem ser enterradas para sobreviver às baixas temperaturas do inverno, assim como às condições muito áridas. As fortes chuvas de verão também afetam a maioria das regiões vinícolas chinesas, embora em algumas regiões a precipitação total seja pequena.Entre as regiões destacam-se: Heilongjiang, Jilin, Beijing, Hebei, Shandong, Shanxi, Shaanxi, Ningxia, Xinjiang, Gansu e Yunnan. Quando pensamos em vinificação, o modelo seguido normalmente é o estilo bordalês francês, tendo tido uma boa evolução de qualidade na última década.Certamente muitos que lerão este texto nunca provaram um vinho chinês. Quem sabe eventualmente surja esta oportunidade?!Créditos imagem: Unsplash - Jennifer Chen
Vamos falar sobre variedades francesas?

Vamos falar sobre variedades francesas?

Famosas, versáteis e amplamente conhecidas, as variedades francesas fazem sucesso nos mais variados países.Na França estão fortemente associadas às suas regiões vinícolas individuais, sendo as dez principais: Tintas:Merlot: de brotação precoce e maturação média, atinge níveis mais elevados de açúcar e, portanto, mais elevados de maior potencial alcoólico. Sua baga tem maior volume que a Cabernet Sauvignon. Apresenta, em geral, uma intensidade média a pronunciada de carga frutada (morango e ameixa vermelha com sabores herbáceos em clima frio; amora cozida, ameixa-preta em clima quente), taninos médios e álcool médio a alto.Grenache Noir: de maturação tardia, precisa de clima quente para sua maturação plena. As uvas podem acumular rapidamente níveis elevados de açúcar, o que pode ser um problema em vinhos secos. Seus vinhos apresentam, em geral, coloração rubi pálida, aromas de frutas vermelhas maduras, como morango, ameixa, cereja, notas de especiarias e ervas, alto teor alcoólico, taninos baixos a médios e baixa acidez.Syrah: de brotação tardia e maturação média, seus vinhos normalmente apresentam cor rubi profunda, aromas e sabores de intensidade média a pronunciada, com destaque para violeta, ameixa (vermelha em anos e locais mais frios, preta em anos e locais mais quentes), amora, pimenta-preta e notas herbáceas. A acidez e os taninos variam de médio a alto. Cabernet Sauvignon: de brotação e maturação tardias, tem película grossa, com alto teor de taninos, e menor tamanho que a sua parceira de blends bordaleses, a Merlot. Apresenta aroma normalmente pronunciado de violetas, frutas pretas como groselha preta, cereja preta e mentol ou herbáceo, tem álcool médio, acidez e taninos altos.Cabernet Franc: de brotamento precoce e maturação média, deve ser colhida madura o suficiente para não ter aromas excessivamente herbáceos. Normalmente seus vinhos apresentam intensidade média a pronunciada de frutas vermelhas, como groselha, framboesa, floral de violetas, corpo leve a médio, taninos médios e acidez elevada.Carignan: de brotação e maturação tardias. Os vinhos normalmente têm cor rubi médio, com frutas como amora, acidez e taninos altos. Alguns exemplares premium apresentam também frutas negras intensas, com especiarias e notas terrosas.Pinot Noir: de brotação e maturação precoce, é uma varietal delicada, que amadurece bem em regiões frias. Seus vinhos normalmente entregam notas de morango, framboesa e cereja vermelha, se houver passagem por barricas, sabores leves derivados de carvalho (fumaça, cravo), taninos baixo a médio, álcool médio e acidez elevada. Podem desenvolver notas de terra, caça e cogumelos com o envelhecimento. Brancas:Ugni Blanc: a branca mais produzida na França, varietal utilizada na elaboração de brandy's, Cognac e Armagnac no sudoeste do país.Chardonnay: variedade versátil, de brotação e maturação precoce. Em climas frios, como na Borgonha, os vinhos têm notas maçã, pêra, limão e lima, corpo leve a médio e acidez elevada (ex. Chablis). Em climas moderados, os vinhos apresentam citrinos maduros, melão e frutas de caroço, corpo médio a médios (+), com acidez média (+) a alta (Côte d’Or).Sauvignon Blanc: de brotação tardia e maturação relativamente precoce, os vinhos elaborados a partir da Sauvignon Blanc apresentam tipicamente aromas de intensidade pronunciada de gramínea, pimentão e aspargos com sabores de groselha e toranja (áreas mais frias) até maracujá maduro (áreas mais quentes). Normalmente tem corpo e álcool médio e acidez alta. É claro que várias outras castas autóctones são encontradas no país, mais adiante desbravaremos esse mar de variedades.Saúde!Créditos Imagem: Unsplash (Al Emes).

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Tenuta Malucelli Lena
23/nov

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Château Le Loup Saint-Émilion

Grand Cru 2021

Bordeaux é uma das principais e melhores regiões vitivinícolas do nosso planeta!
 
Dividida pelo estuário do rio Gironde, que acaba se dividindo nos rios Garonne e Dordogne, a região produz uma grande quantidade de vinhos, que vão desde produtos básicos até grandes nomes da vitivinicultura mundial.
 
É na margem direita do rio Dordogne que a variedade Merlot é referência internacional, acompanhada da, cada vez mais utilizada, Cabernet Franc. A principal sub-região da área é Saint-Émilion – uma linda e pitoresca comuna de pouco menos de 2000 habitantes, sendo a primeira região vinícola classificada como Patrimônio Mundial da Humanidade, em 1999. Segundo a Unesco, “Saint-Émilion é um exemplo excepcional de uma paisagem vinícola que sobreviveu intacta”.
 
Seus vinhos vão dos simples Saint-Émilion aos grandiosos Premier Grand Cru Classé. No meio deste caminho temos os Grand Cru (sem o Classé), que geralmente já são bem superiores, porém, ainda podendo existir uma significativa diferença de qualidade dentro da categoria.
 
Para que você invista em um produto que entregue a qualidade esperada, a curadoria VinumDay está sempre atenta para selecionar os bons exemplares dessa classificação!
 
Château Le Loup leva a assinatura de Patrick Garrigue et Fils, cujos vinhedos possuem entre 40 e 45 anos, cultivados na parte norte da denominação Saint-Émilion, próximo à minúscula comuna de Saint-Christophe-des-Bardes. O nome Le Loup (O Lobo) faz referência a uma antiga lenda medieval sobre um lobo que habitava essa área.
 
É um assemblage composto por 50% de Merlot e 50% de Cabernet Franc,  amadurecido em barricas de carvalho francês (20% novas) por pelo menos 12 meses. 
 
Sua degustação revelou um dos melhores Saint-Émilion Grand Cru que nossa curadoria provou no ano!
 
O olfato é intenso e encantador, com frutas vermelhas e negras em primeiro plano, passando para notas de especiarias doces, como a baunilha e a canela, escoltadas por nuances de eucalipto, sous bois, terra molhada e couro, finalizando com gostosos toques amadeirados e defumados.

Em boca apresenta ótimo equilíbrio e bom corpo, com taninos finos, presentes e maduros bem alinhados a uma acidez correta, ampla, salivante e muito gastronômica. Uma delícia!
 
Além da aprovação unânime dos nossos sommeliers, a safra 2021 desponta entre os enófilos do app Vivino com uma fantástica média 4.3. Além disso, safras anteriores já conquistaram o paladar da crítica internacional, alcançando 95 pontos no Decanter World Wine Awards, 2 consecutivas notas de 92 pontos na Wine Enthusiast e outras diversas melhadas de ouro no Berlin Wine Trophy. Esta tem tudo para repetir o sucesso dos anos anteriores.

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Tenuta Malucelli Lena

Bianco 2022

Caro enófilo,

temos o prazer de apresentar o Tenuta Malucelli Lena Bianco 2022!

Com produção limitada a pouco mais de 1600 garrafas, o Lena é o vinho branco emblemático da Tenuta Malucelli. Este vinho foi vinificado com uma seleção cuidadosa das melhores uvas: 45% Friulano (também conhecido como Tocai Friulano), 25% Pinot Grigio e 20% Ribolla Gialla, provenientes dos vinhedos próprios da família ítalo-brasileira em Colli Orientali, região renomada de Friuli, no sopé dos Alpes.

Colli Orientali é reconhecida por sua excelente qualidade de vinhos, devido ao solo de marga calcária e arenito, que proporciona uma drenagem ideal. A altitude moderada de 200 metros, com encostas bem posicionadas e exposição ao vento, garante rendimentos mais baixos e uvas de maior qualidade.

Cada variedade de uva foi vinificada separadamente, com parte do processo em barricas de carvalho francês, o que resulta em um vinho intenso, mas com um caráter exótico e complexo.

De cor Amarelo-palha, límpido e brilhante, no aroma exibe notas de damasco, pêssego em calda, melão e maracujá maduro, com toques de mel e pitanga. A boa intensidade e persistência de frutas na boca, equilibra com uma acidez pulsante, textura levemente amanteigada e um final complexo.

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